A pequena tecelã

Em uma nova incursão nos meandros do jardim, entre folhas e ramos, encontrei um pequenino ponto vivo em movimento. De inicio, pensei tratar-se de um besourinho, destes miudinhos ou de uma pequenina formiga. Aproximei-me e focando, pude perceber que se tratava de uma minúscula aranha, de cerca de 3 mm de comprimento, tão pequena que não consegui ainda (mas tentarei novamente) obter uma imagem mais próxima dela, o que seria estupendo.

Sempre deparo-me por aí com uma ou outra aranhazinha dependurando-se do teto em uma finíssima teia, como aquel@s "bailarin@s" do ar que usam o tecido acrobático. Acho mesmo que essa modalidade das artes circenses venha da observação das tecelãs das alturas. Aranhas sempre me fascinaram, por sua aparência ameaçadora, agressiva, com aquelas pernas em ângulos retos, dando a impressão de estar prontas a dar um salto sem o mínimo esforço, com os muitos olhos capazes de ver em 360º, coisa que só elas e proximamente a coruja podem fazer, com as quelíceras sempre abrindo e fechando, o veneno guardado e pronto para ser injetado na próxima presa, agindo de um modo tão "malévolo" (deixam a presa semi-viva mas inerte e possibilitam que a aranha as coma aos poucos por digestão parcialmente externa).

Existem aranhas gigantes, como a famosa e temida tarântula gigante da Amazônia, que na verdade, é inofensiva para humanos (apesar de poder picar de forma ultradoída!) em termos de envenenamento ou mortalidade, ao contrário de outras, como a aranha-marrom, a armadeira e a viúva negra, que pequenas, podem matar ocasionalmente um adulto e muito mais possivelmente uma criança pequena ou um animal de médio ou pequeno porte. A regra é que quanto menor a vítima, mais rápida a ação do veneno, na dúvida, corra ao hospital mais próximo e leve o algoz devidamente assegurado para não atacar mais ninguém.

Aprendi na escola que carrapatos, ácaros e escorpiões são aracnídeos, mas ao pesquisar no link que disponibilizo abaixo, encontrei uma classe que eu já havia visto e não sabia exatamente como classificar isso dentro do meu universo até então conhecido, que são os opiliões, um tipo de aracnídeo muito curioso, encontrados sob pedras, folhas ou madeiras podres. Em geral é fácil reconhecê-los pelo aspecto pré-histórico, com um formato trapezoidal no corpo e pernas compridas que parecem antenas de tv e cor do corpo marrom ou preta.

Mas, voltando à minha aranhazinha, admiro-me do seu trabalho constante, incansável refazendo sua pequeníssima teia (o que será que ela preda? Pulgões?), em um mundo que para ela é gigante, o de uma simples folha de chuchu, exposta à chuva, da qual uma única gota é suficiente para arrastá-la e afogá-la. Quão difícil deve ser a vida desta pequenina, mas lá está, a fazer seu trabalho e viver sua vida.

Cá existe um outro tipo de aranha muito curioso, que ao primeiro olhar parece um pedaço de casca de madeira ou folha seca ambulante. Tentei fotografá-la, mas dado tamanho diminuto e a cor escura, fica mesmo difícil de fazê-lo, além do que a única que encontrei estava em um péssimo lugar para a foto. Tentarei encontrar outras em melhores "poses" e locais, mas esta ilustração Ernst Heinrich Philipp August Haeckel datada de 1890, um pesquisador multi-especialista do século XIX na Alemanha, mostra bem em gravura a aranha da qual falo. Aranhas e outros animais peçonhentos representam a face dura da natureza, uma que é voraz, cruel, assassina, por vezes até canibal, mas cujas cores, brilho e capacidade de tecer os intrincados e delicados fios foi por nós estudada, copiada e posta a serviço para produzir caríssimos tecidos de seda pura e fios comuns a partir do algodão e de pelos de animais como as ovelhas e outros semelhantes. PS: Caso como eu seja de seu interesse saber um pouco mais sobre aranhas, selecionei uma imagem clara da anatomia mais comum da classe. Nos links que seguem, há mais informações.

Wikipédia Mais sobre Ernst_Haeckel

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#FICAADICA: Apesar do que dizem em muitos sites quanto à periculosidade de alguns animais, tenho minha própria opinião a respeito de sua importância e existência no mundo, acredito na sacralidade da vida e no equilíbrio harmônico universal divino. Não mato, mas também não brinco com ou manipulo desprotegidamente animais perigosos ou que sejam potenciais vetores de doenças. Ame e proteja a natureza, mas proteja-se e ensine a proteger-se sem ter de aniquilar a existência alheia.